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Para uma tarefa do curso online de Introdução a Moda da Instituição EnModa, tive que preparar um pequeno texto falando sobre a importância da Moda Conceitual e do desfile do brasileiro Jum Nakao (vídeo do Youtube aqui). Gostei de pesquisar sobre, então disponibilizo aqui minha pesquisa.
Moda Conceitual e Jum Nakao
"Precisamos desnudar a nossa alma para revelar a capacidade de sermos leves, sonhar com indizíveis, impossíveis, inexplicáveis, indefiníveis." (Jum Nakao)
Moda Conceitual é aquela vista como uma forma de comunicação entre os estilistas e o público interessado, pois é o meio pelo qual estes artistas expressam suas ideias, criatividades, e principalmente o conceito que estudaram e desejam traduzir em estilos. Normalmente esta é apresentada ao público em desfiles complementados por grandes e dramáticas produções, iluminações estratégicas, sonoplastia de efeito, cenários, maquiagens e cabelos específicos que combinem e somem aos ideais propostos.
Este tipo de moda é aquela que gera reprovações e interrogações dos espectadores, que quando não entendem do assunto, acreditam ser uma inútil perda de tempo. Mas é importante lembrar que as roupas não são para serem usadas na “vida real”, mas sim para inspirar certas tendências, como determinadas peças, estilos, cortes e cores; por exemplo.
Um desfile conceitual apresenta, em sua maioria, peças que não serão vendidas nas lojas. Seu objetivo é mostrar toda a capacidade criativa do estilista, uma imagem inventiva, um conceito, uma fantasia. Esse trabalho atrai os olhares do público e da crítica, podendo agregar valor à marca. (EnModa, Aula 6)
A intenção é como a de artistas plásticos e seus quadros e esculturas, quem assiste deve refletir e analisar para tentar captar a mensagem desejada pelos estilistas responsáveis. Portanto é nesta função que se encontra a importância da moda conceitual, pois a ideia central não é a de vender os produtos, mas sim o conceito desenvolvido, por esse motivo os estilistas acabam, muitas vezes, por não seguir as quatro principais tendências de cada estação.
Internacionalmente temos John Galliano e Alexander McQueen como dois exemplos de estilistas/marcas que trabalham com moda e desfiles conceituais. No verão de 2004 Jum Nakao, um exemplo brasileiro, o estilista Jum Nakao tornou-se é um marco na história das passarelas de seu país natal, sendo muito comentado tanto dentro como fora do país.
Sendo considerado como “um dos mais provocativos e instigantes criadores da moda contemporânea” (nasentrelinhas.com), este estilista criou roupas feitas de papel que foram rasgadas em pleno desfile do dia 17 de junho nas passarelas da São Paulo Fashion Week.
O desfile polêmico e efêmero representava a fragilidade do sistema da moda, em todas as suas fases, desde o início do processo de criação, passando pela comercialização e até mesmo abordando a crítica – ainda atual – sobre o consumo excessivo e compulsivo. Nakao evidencia a velocidade e efemeridade da moda. O estilista trabalha na criação e desenvolvimento de suas peças e, assim que sobem na passarela, elas já se tornam passado e ele inicia um novo processo de criação totalmente do zero.
Inspirada no século XIX, a coleção foi elaborada em papel vegetal, com detalhes recortados a laser e estampas com desenhos brocados. A sua produção, extremamente trabalhosa e longa, levou mais de 700 horas de trabalho e envolveu cerca de 150 profissionais. As modelos, com as partes do corpo cobertas pela cor preta, contrastavam com as roupas de papel brancas, e ao final da mostra as peças foram rasgadas provocando no público reações diversas.
O conceito partiu do princípio de transformar o nada em algo visível, o que resultou o nome Costura do Invisível. O trabalho já foi exposto na Nova Zelândia, Japão, Fortaleza del Basso, em Florença, Bélgica e Grécia. Também foi reconhecido como desfile da década pelo SPFW e visto como um dos desfiles do século, segundo o Museu da Moda de Paris.
A proposta era criar uma coleção inesquecível que marcasse a memória das pessoas. Foi pensando nisso que Nakao lançou um livro e um DVD com o nome da coleção, que contou detalhadamente todas as etapas da criação. As páginas trazem imagens e olhares de diferentes artistas sobre o trabalho, e a trajetória da produção com depoimentos do estilista incluindo as primeiras reuniões, a rotina dos ateliês, o desfile e a reação da plateia.
Bibliografia
ABREU, Josi. O que é moda conceitual e qual a diferença da moda comercial?. Disponível em: http://moda.culturamix.com/noticias/o-que-e-moda-conceitual-e-qual-a-diferenca-da-moda-comercial Acesso em: 10/08/2013
Aula 6 – EnModa
BÔAS, Edu Vilas. O que é moda conceitual? Disponível em: http://mmdamoda.blogspot.com.br/2010/08/o-que-e-moda-conceitual.html Acesso em: 10/08/2013
GREINER, Isadora. MARTINEZ, Thais. A costura do invisível - Jum Nakao: a desconstrução da moda. Disponível em: http://modacomconteudo.blogspot.com.br/2013/04/ventura-nas-passarelas.html Acesso em: 05/08/2013
Jum Nakao fala sobre sua moda-manifesto: Nakao é esperado em João Pessoa no mês de setembro para seleção do concurso Novos Estilistas-PB e palestra aberta no Sebrae. Disponível em: http://www.nasentrelinhas.com.br/noticias/pano-pra-manga/029/entrevista-o-estilista-jum-nakao-fala-sobre-sua-moda-manifesto/ Acesso em: 05/08/2013
NAKAO, Jum. A costura do invisível. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=5cLrpVuNtPI Acesso em: 20/07/2013
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